Entrevista feita com Arismar Lazaro Pinheiro e Maria do Carmo Enedino Gomes (nascida em Ituberá), meus pais. Meu pai sendo residente do bairro desde os seus 68 anos, aposentado por 35 anos de serviços prestados e os seus últimos trabalhos foram como rodoviário em linhas de ônibus do Pau Miúdo, meus pais estão juntos há um pouco mais de 40 anos. Mainha (65) era cabeleireira no Centro, tinha uma filha Edciane (47) e logo ficou viúva, assim sendo, ela conheceu meu pai, ambos moravam na mesma rua. E passaram a residir na casa nº5, que é um terreno hoje divido com 1 casa frente de rua (onde moramos), 1 quarto, sala cozinha e banheiro (onde mora uma prima) e 1 quarto com banheiro (não mora ninguém) ambos nos fundos com beco e quintal. Mainha hoje é dona de casa, teve Ariádene (39), Jonathan (38) e eu Alana (24) com meu pai, tendo hoje um neto, filho de Edciane, Júnior (17). A entrevista sucedeu em 25 minutos no dia 28 de dezembro de 2020, no sofá de casa,já que sou a única filha que mora ainda com meus pais.
Mas para chegar aqui preciso contar a história da mãe, do meu pai, minha avó que não a conheci na verdade ela não conheceu nem a minha irmã do meio, Ariádene, chegou a conhecer-lá.
Dona Altamira Veloso Pinheiro, minha avó, ela era uma senhora de "boca aberta" de "dar palavrões retada" em "dar respostas" e "teve cinco filhos Edinho e Vadinho, do primeiro casamento". Assim conta meus pais.
Quando foi que ela veio para Salvador e de onde ela veio?
"Quando ficou viúva antes dos 30 anos, quando ela veio de Nazaré das Farinhas e se casou com Seu Manoel Vitoriano Pinheiro meu avô. Com quem teve (Vera, Sueli, Arismar e Wellington). Wellington, o caçula, que cuidou de Wellington o mais novo que uma mulher pediu para ela tomar conta e nunca mais apareceu chegando até a registrá-lo. Chegou a cuidar de uma menina chamada Luiza que era muito retada e o pai da menina deu a dona Altamira para cuidar Então ela cuidou dela botou para estudar.
Com a morte de sua filha Vera bem jovem, antes dos 30 anos, ela teve que cuidar dos netos Lícia e Márcio como filho.
Minha vó trabalhava de quê?
"Ela trabalhava fazendo bolos e salgados e vendendo no jogo do bicho". Assim diz mainha.
Eles contaram sobre a minha Vó: Sendo uma das mais velhas da rua, era tida como conselheira na Rua 10 de novembro, as pessoas viam aqui pedir conselhos, e também era uma excelente Rezadeira de Fogo Selvagem da Vermelha (erisipela), vento caído, fazia garrafadas de folhas para tuberculose entre outras doenças e males como mau olhado. Alguns desses conhecimentos de rezas meu pai ainda faz e algumas pessoas ainda o procura para esse tipo de feito.
Quando perguntei sobre meu avô?
Seu marido, Manoel Vitoriano Pinheiro, meu avó, era dono de uma barraca de frutas e também uma barraca de revista Barracas Pinheiros, localizava-se no comércio na praça da Inglaterra.
Meu pai desde os oito anos trabalhava com o pai Ele ia com jornal A Tarde descendo a ladeira do Comércio com com peso e meu pai vai lá, também, e a mãe não gostava que ele fosse mas o pai sempre dizia: "mata não Mira", assim como minha Vô era conhecida por esse apelido Mira ou Dona Mira.
"A diversão era o São João na rua onde cada família conhecida passava em cada casa e dizia: 'São João passou por aqui'. "As festas de rua da Rua 10 de Novembro, como o aniversário da rua,
Show de calouros, onde armava-se palanques O pau de sebo", tradição no sábado de aleluia( depois da semana santa) consistindo em um pau onde se colocavam bastante pó e as crianças tinham que subir e arrecadar algum brinquedo dinheiro ou algum prêmio assim.
Sobre o alto-falante:
Muito importante vê nesse relato o legado de memórias que sua avó deixou para a sua família e para a rua 10 de Novembro
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